Por motivos técnicos tivemos que voltar ao nosso blog inicial.

O seu endereço é:

http://bart1914.blogspot.com/

Obrigado pela sua visita.




terça-feira, 25 de outubro de 2011

UMA VERGONHA NACIONAL - Do Blog "COISAS DA GUINÉ" com a devida vénia

«O José António é natural do Peso da Régua, em Junho de 1971 assentou praça no RI 13 Vila Real, três meses depois foi colocado em Abrantes integrado na 2ª. Companhia do Batalhão 4518 e em 24 de Dezembro partiu para a Guiné.
A sua Companhia foi destacada para Cancolim dela faziam parte um Alferes natural de Lamego, que me disseram ser actualmente professor, e que não consegui ainda contactar, o Alferes João Pacheco Miranda, actualmente correspondente da RTP no Brasil.
Em Junho de 1971 foi feito prisioneiro pelo PAIGC, foi levado para Conacry donde em 1973 após o assasinato de Amilcar Cabral foi enviado para uma zona libertada na Guiné Bissau, Madina do Boé. Eram seus companheiros de cativeiro o nosso "morto/vivo" António Silva Batista de Gaia, Manuel Vidal de Castelo de Neiva, Duarte Dias Fortunato do Pombal, António Teixeira da Lixa, Mauel Fernando Magalhães Vieira Coelho do Porto, Virgilio Silva Vilar de Vila da Feira e Jacinto Gomes de Viseu.

Durante quase um ano a sua casa foi em Madina do Boé de onde em 7 de Março de 1974, aproveitando um momento em que a vigilânçia abrandou, se dirigiu na direcção do Rio Corubal para tentar a fuga. Andou 9 dias ao longo Rio, até encontrar dois nativos que andavam numa plantação junto ao rio. Um deles de motorizada levou o José António até ao Saltinho. Depois foi transportado para Aldeia Formosa, para ser levado para Bissau. Como naquele tempos díficeis a via aerea já não reunia muias condições de segurança devido aos Stellas, foi transportado em coluna até Buba e dai de LDG para Bissau. Apesar de ser meu conterraneo, na altura não o reconheci, e tal me foi comunicado pelo Cabo do SPM de Aldeia Formosa Camilo também natural da Régua.
Após o regresso em Agosto de 1974, procurei saber da sua situação. Levava uma vida muito complicada, pois se tornou pouco sociável (como muitos de nós), mas não teve uma rectaguarda ou seja um suporte familar que o protegesse e os conflitos eram frequentes. Internado várias vezes, de onde fugia sempre que podia (tornou-se um hábito), foi mais tarde colocado numa casa de acolhimento onde agora vive melhor e é bem tratado. Porém sobrevive com uma pensão de incapacidade de apenas 246 €, o que de facto é insuficiente, para o seu sustento e agora aproveito para agradecer publicamente à familia que o recolheu especialmente à D. Juvelinda que com tanto carinho o trata.
Mas por incrível que pareça, até do miserável suplemento especial de pensão que anualmente é atribuido a antigos combatentes (150 € ano) apenas recebe 75 €, pois como foi capturado com apenas 7 meses de Guiné, o tempo que passou quase 3 anos como prisioneiro não foi considerado!!!  A propósito deste SEP p/Antigos Combatentes, eu propunha que tal verba fosse prescindida por todos aqueles que tem uma reforma acima de determinada importância em favor daqueles ex-combtentes com reformas inferiores ao salário mínimo. Isto para fazer sentir a quem nos governa, que tal esmola nos envergonha e que temos um sentido de solidariedade muito diferente dos políticos que nos têm governado.
Um abraço a todos.
»
José Manuel Lopes

1 comentário:

  1. Conheço um Combatente (não existem ex), reformado- 235 euros.
    Paga de alojamento(quarto) 190 euros.

    Como dizia o outro....é só fazer as " contas", e imaginar como é possível SOBREVIVER com tal fortuna.

    Um Abraço a todos os Combatentes.


    ResponderEliminar